Minha trajetória na carreira Acadêmica na Escola Paulista de Medicina (EPM) – Parte 6

24.1- A consolidação da tradição em Pesquisa, Produção e Divulgação do Conhecimento, Ensino e a sólida formação de Especialistas em Gastroenterologia e Nutrição em Pediatria

24.1.1- O enorme êxito da implantação da Pós-Graduação sentido estrito, Mestrado e Doutorado, na Pediatria

A implantação da Pós-Graduação no Brasil, a partir do início dos anos 1970, trouxe uma inestimável contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico nos mais variados campos do saber. A EPM imediatamente se viu sensibilizada e motivada a adotar este modelo acadêmico, que visa a excelência na formação docente para o ensino e a pesquisa, de forma efetiva com a criação de programas específicos de acordo com as características da cada área de atuação. Inicialmente, os primeiros programas foram criados nas áreas das Ciências Básicas, tendo como principais idealizadores os Professores Ribeiro do Vale (Farmacologia) e Leal Prado (Bioquímica). Rapidamente, porém, esta iniciativa contagiou também as áreas Clínicas e Cirúrgicas dando lugar à criação de um vasto número de programas específicos ligados às diversas especialidades médicas. No caso da Pediatria, pela sua característica de atuação primordialmente generalista, até então, deu-se preferência pela organização de um programa abrangente envolvendo de forma unificada todas as super-especialidades componentes do Departamento Acadêmico, decisão que tem perdurado até os dias atuais.

Os cursos de Pós-Graduação em Pediatria, Mestrado e Doutorado, tiveram sua solicitação de credenciamento aprovada por unanimidade, em sessão plena, pelo Conselho Federal de Educação em 5/12/1980. O curso de Pós-Graduação da EPM foi um dos pioneiros do país a oferecer em Pediatria esta modalidade de ensino-pesquisa, e que ao longo dos anos, tornou-se uma referência de excelência de qualidade nacional e internacional.

Em virtude das minhas estreitas ligações com a área de Ciências Básicas, no caso a Microbiologia, desde que eu havia retornado de Buenos-Aires, em 1974, tornei-me um grande entusiasta desta modalidade de formação acadêmica, assim que travei contato com a mesma, a qual já estava em pleno funcionamento naquela Disciplina. Foi por esta razão que, como a Pós-Graduação na Pediatria ainda não estava em vigor, fui convidado pelo Dr. José Vicente Martins Campos, que se tornou meu orientador, a inscrever-me no curso de Mestrado do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Gastroenterologia (IBEPEGE), o que aceitei de imediato, pois o IBEPEGE havia sido credenciado pelo MEC para oferecer o curso em nível de Mestrado. Rapidamente realizei os créditos teóricos e desenvolvi a tese de Mestrado intitulada “AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E FUNCIONAL DO INTESTINO DELGADO EM MARASMÁTICOS “ a qual, em abril de 1977, foi submetida a apreciação da banca examinadora e recebeu aprovação com nota 10,0. Aliás, em maio deste mesmo ano defendi também a tese de Doutoramento (modelo tradicional anterior à vigência da Pós-Graduação) no Departamento de Pediatria da EPM intitulada “AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS ÍNDIAS DO ALTO XINGÚ “, a qual também foi aprovada pela banca examinadora com nota 10,0. Com estas credenciais e acrescido do Pós-Doutoramento realizado nos Estados Unidos em 1977-78 e a apresentação da tese de Doutorado intitulada “ABSORÇÃO DE MACROMOLÉCULAS INTACTAS PELO JEJUNO DE RATOS IN VIVO: INFLUÊNCIA DOS SAIS BILIARES TAUROCOLATO, COLATO E DEOXICOLATO “ no programa de Doutorado da Disciplina de Gastroenterologia da EPM, em agosto de 1979, também aprovada com nota 10,0, recebi o credenciamento para me tornar oficialmente Professor Orientador do Curso de Pós-Graduação em Pediatria da EPM.

Considerando que nossa Disciplina já oferecia um programa de Especialização de 1 ou 2 anos, e que se encontrava devidamente consolidado desde meados da década de 1970, o advento da Pós-Graduação sentido estrito foi automaticamente incorporado às nossas atividades de ensino-pesquisa-extensão. A demanda de candidatos oriundos dos mais diversos locais do nosso país aumentou de forma exponencial, e este fato nos obrigou a estabelecer algumas regras elementares para que pudéssemos absorver estes potenciais candidatos. A regra básica foi a necessidade de o candidato cumprir obrigatoriamente um estágio probatório de 1 ano de duração dentro do programa de Especialização. Caso o candidato tivesse tido um aproveitamento considerado satisfatório e desejasse ingressar no programa da Pós-Graduação, deveria inicialmente se inscrever no curso de Mestrado e somente após terminar o mesmo, e caso ainda desejasse seguir adiante estaria em condições de fazer a inscrição no curso de Doutorado.

O êxito deste projeto foi incontestável levando à formação acadêmica de um vastíssimo número de profissionais da saúde, e ao mesmo tempo uma enorme contribuição para a produção e a divulgação dos novos conhecimentos conquistados. Para comprovar esta minha assertiva abaixo seguem os alunos de Pós-Graduação por mim orientados e seus respectivos trabalhos de tese produzidos, submetidos às bancas examinadoras e aprovados.

Teses de Mestrado

Figura 1- Uma das inúmeras reuniões festivas que realizámos na nossa Disciplina. Na ocasião inclusive com convidados de outras instituições com Alfredo Zepeda (Londrina) e Jaime Salazar de Sousa (Lisboa). (seta à esquerda: Jairo; seta acima: Ana Amélia)

Figura 2- A tradicional visita clínica semanal realizada com os médicos residentes e seus preceptores Garcia (camisa vermelha) e Jairo (camisa branca) sentados no banco e eu ao centro, no Hospital Umberto I.

Figura 3- Maria Ceci à esquerda e Rosa Helena.

  1. Janaína Guilhem Muniz. Predisposição genética para DC – doadores de sangue SP/BR. 2014. Procedência: COLSAN – Destino: COLSAN
  2. Renata Vigliar. Perfil Bioquímico da Água de côco da Região Noroeste do Estado de Goiás – Brasil. 2005. Procedência: EPM – Destino: EPM
  3. Ricardo Palmero Oliveira. Prevalência da Doença Celíaca em Candidatos à Doadores de Sangue em São Paulo -Brasil. 2005. Procedência: EPM – Destino: EPM
  4. Letícia Helena Caldas Lopes. Densidade Mineral óssea de crianças e Adolescentes com doença inflamatória intestinal. 2004.
  5. Dulcemara Machado Dedino. Cartografando pensamentos de Médicos, pais e crianças durante procedimentos na Gastropediatria. Procedência: PUC – Destino: PUC
  6. Norys Josefina Diaz. Características clínicas e histológicas da mucosa retal de pacientes menores de seis meses com enterorragia por alergia às proteínas do leite de vaca. 1999. Procedência: Barquecimeto, Venezuela – Destino: UNISA, SP
  7. Jairo César dos Reis. Teste do H2 no ar expirado na avaliação de absorção de lactose e supercrescimento bacteriano no intestino delgado de escolares. 1998. Procedência: Marília – Destino: UNIMAR, Marília
  8. Christiane Araújo Chaves Leite. Aspectos funcionais, microbiológicos e morfológicos do intestino de crianças HIV positivas. 1997. Procedência: Fortaleza, CE – Destino: Docente UFC, CE
  9. Cleide de Holanda Fernandes. Fatores de risco associados à persistência da diarreia por Escherichia coli enteropatogênica clássica – EPEC. 1997. Procedência: São Luís, MA – Destino: São Luís
  10. Célia Regina Moreira. Intolerância à lactose em lactentes hospitalizados com diarreia aguda por Escherichia coli enteropatogênica clássica. 1996. Procedência: Universidade Federal de Santa Catarina – Destino: Doutorado UNIFESP
  11. Sandra de Martini Costa. Ultraestrutura do intestino delgado na diarreia persistente. 1996. Procedência: EPM – Destino: São Paulo
  12. Rose Terezinha Marcelino. Teste do H2 no ar expirado no diagnóstico do sobrecrescimento bacteriano do intestino delgado. 1995. Procedência: Joinville, SC – Destino: Joinville
  13. Jacy Alves Braga de Andrade. Letalidade em lactentes com diarreia persistente: fatores de risco associados ao óbito. 1995. Procedência: São Paulo, SP – Destino: São Paulo
  14. Carlos Alberto Garcia Oliva. Diarreia aguda associada à Escherichia coli enteropatogênica clássica: estudo clínico e metabólico. 1994. Procedência: Hospital Umberto I, São Paulo – Destino: EPM
  15. Jacira Omena Torres de Oliveira. Mortalidade em crianças hospitalizadas com diarreia aguda: fatores de risco associados ao óbito. 1994. Procedência: Maceió, AL – Destino: Maceió
  16. Domingos Palma. Diarreia aguda: perdas hídricas fecais em lactentes hospitalizados e sua correlação. 1993. Procedência: Hospital Umberto I, São Paulo – Destino: Docente EPM
  17. Ana Amélia Pontes de Camargo. Transporte transepitelial de água, de sódio e de glicose da água do coco em alças jejunais de ratos submetidos à perfusão in vivo nos diferentes estágios do processo de maturação do fruto. 1992. Procedência: Catanduva, SP – Destino: Catanduva
  18. Lenora Gandolfi Schimitz. Diarreia aguda em Brasília: estudo etiológico. 1991. Procedência: Brasília, DF – Destino: Docente Universidade de Brasília
  19. Aristides Schier da Cruz. Proliferação bacteriana no intestino delgado de lactentes portadores de diarreia aguda e protraída: introdução de técnica simples e rápida de intubação nasoduodenal para coleta de fluído do intestino delgado. 1991. Procedência: Curitiba, PR – Destino: Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba
  20. Rosa Helena Porto Gusmão. Enteropatia ambiental: estudo ultraestrutural da mucosa jejunal de crianças assintomáticas. 1990. Procedência: Belém, PA – Destino: Docente UFP, Belém
  21. Maria Ceci do Vale Martins. Enteropatia ambiental: alterações funcionais e morfológicas da mucosa jejunal, decorrentes do ambiente desfavorável. 1988. Procedência: Fortaleza, CE – Destino: Hospital Albert Sabin, Fortaleza
  22. Fátima Maria Lindoso da Silva. Curvas comparativas de crescimento pondero-estatural de lactentes de alto nível sócio-econômico e em aleitamento natural e artificial no primeiro ano de vida. 1988. Procedência: Recife, PE – Destino: Docente UFG, Goiânia
  23. Marly de Almeida Pedra. Diarreia aguda: agentes enteropatogênicos, morfologia intestinal e tolerância alimentar. 1986. Procedência: PUC Salvador, BA – Destino: São Paulo
  24. Elisabete Kawakami. Refluxo gastro-esofágico na infância – características clínicas e avaliação de diferentes métodos diagnósticos. 1985. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM
  25. Maria Fernanda Branco de Almeida. Detecção sorológica de anticorpos e proteínas do leite de vaca e soja. Tentativa de padronização metodológica por precipitação de gel de ágar e hemaglutinação passiva. 1985. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM
  26. Tania Viaro. Observações médico-sociais em comunidade de favelados: aspectos clínicos e nutricionais evolutivos em crianças no primeiro ano de vida. 1985. Procedência: Faculdade de Medicina Fundação ABC, Santo André, SP – Destino: Santo André
  27. Mauro Batista de Morais. Capacidade de absorção da D-xilose em duas comunidades brasileiras: crianças da periferia da cidade de São Paulo e crianças índias do alto Xingu. 1982. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM

Teses de Doutorado

Figura 4- Membros da delegação da nossa Disciplina participantes do I Congresso Mundial de Gastropediatria em Boston, agosto de 2000. O último à direito de terno é Ulysses Fagundes que havia acabado de apresentar um trabalho oral na sessão de Temas Livres. (seta acima à esquerda: Elisabete ; seta acima à direita: Garcia; seta à direita: Jacy ; seta para baixo: Mauro)

Figuras 5 – Gildney em pleno trabalho de campo em Aquidauana com os índios Terenas

Figura 7 – Rosa Helena

Figura 6 – Gildney em pleno trabalho de campo em Aquidauana com os índios Terenas

Figura 8- Fátima Lindoso e seu grupo de mães participantes do exitoso projeto de promoção do aleitamento natural exclusivo por tempo prolongado.

Figura 9- Maria Ceci

Figura 10- Grupo de médicos formados pela EPM que disputaram um campeonato internacional de futebol em Portsmouth, Inglaterra, em 1987. Fernando Fernandes está ao centro de camiseta verde.

  1. Christiane Araújo Chaves Leite. Avaliação da ultraestrutura do intestino delgado por microscopia eletrônica de transmissão e de varredura em crianças infectadas pelo HIV. 2009. Procedência: Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará – Destino: Docente UFC, Fortaleza
  2. Mario Luis Antonio Escobar Pardo. Estudo epidemiológico da infecção por Helicobacter pylori em crianças índias do Parque Indígena do Xingu. 2009. Procedência: Bogotá, Colômbia – Destino: São Paulo
  3. Maria Teresa Bechere Fernandes. Prevalência de doença gordurosa do fígado de causa não alcoólica e fatores associados em adolescentes obesos do Embu e Taboão da Serra. 2007. Procedência: EPM – Destino: Docente USP
  4. Ângela Peixoto de Mattos. Ensaio clínico duplo-cego randomizado para avaliação de diferentes planos dietéticos no manejo nutricional de crianças com diarreia persistente. 2003. Procedência: Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA – Destino: Docente UFB, Salvador
  5. Claudia Regina Nunes Eloi da Luz. Pesquisa de agentes enteropatogênicos nas fezes de lactentes com diarreia aguda em São Luís – MA. 2002. Procedência: São Luís, MA – Destino: São Luís
  6. Jairo César dos Reis. Utilização da glicose e lactulose no diagnóstico do sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado por meio do teste do Hidrogênio no ar expirado. 2002. Procedência: Marília – Destino: UNIMAR, Marília
  7. Jacy Alves Braga de Andrade. Estudo ultraestrutural da interação de amostras de Escherichia coli entreroagregativa (EAEC) com a mucosa intestinal humana preservada in vitro: sugestão de invasão como fator de virulência. 2001. Procedência: São Paulo, SP – Destino: São Paulo
  8. Célia Regina Moreira. Estudo da interação de amostras de Escherichia coli enteroagregativa com a mucosa intestinal de coelhos in vivo. 2001. Procedência: Mestrado UNIFESP – Destino: São Paulo
  9. Cecilia Noronha. Perfil nutricional de pacientes celíacos acompanhados em ambulatório. 1999. Procedência: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ – Destino: Docente UERJ
  10. Gildney Maria dos Santos Alves. Estado nutricional, absorção e tolerância à lactose e sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado de crianças índias Terenas – Mato Grosso do Sul. 1998. Procedência: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS – Destino: Docente UFMS
  11. Aristides Schier da Cruz. Alterações dos ácidos biliares na diarreia aguda e persistente e enteropatia ambiental assintomática. 1997. Procedência: Curitiba, PR – Destino: Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba
  12. Carlos Alberto Garcia Oliva. Balanços metabólicos de lactentes hospitalizados com diarreia aguda: comparações entre fórmulas com e sem lactose na realimentação. 1997. Procedência: São Paulo – Destino: EPM
  13. Rosa Helena Porto Gusmão. Subgrupos, sorotipos e eletroferotipos de rotavírus em crianças hospitalizadas em Belém Pará. 1995. Procedência: Universidade Estadual do Pará, Belém, PA – Destino: Docente UEP
  14. Lenora Gandolfi Schimitz. Diarreia aguda em Brasília: seguimento clínico durante trinta dias. 1994. Procedência: Universidade de Brasília, Brasília, DF – Destino: Docente UNB
  15. Fátima Maria Lindoso da Silva. Análise da implantação de um projeto de promoção do aleitamento materno natural exclusivo numa comunidade de favelados. 1993. Procedência: Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE – Destino: Docente Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
  16. Maria Ceci do Vale Martins. Enteropatia ambiental: efeitos da mudança de ambiente em tempo parcial sobre o estado nutricional e as alterações morfofuncionais da mucosa jejunal. 1993. Procedência: Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE – Destino: Hospital Albert Sabin, Fortaleza
  17. Marcia Rached Esper Kallas. Morfometria do intestino delgado na diarreia aguda e persistente por Escherichia coli enteropatogênica clássica – EPEC. 1993. Procedência: São Paulo, SP – Destino: São Paulo
  18. Elisabete Kawakami. Transporte transepitelial de soluções de hidratação oral em alças jejunais de ratos submetidos a perfusão in vivo. 1991. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM
  19. Maria Fernanda Branco de Almeida. Determinação dos níveis séricos das imunoglobulinas (G, A, M e E) das subclasses da imunoglobulina G e dos anticorpos à proteína do leite de vaca em portadores de diarreia protraída. 1989. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM
  20. Fernando Fernandes. Análise dos efeitos dos sobrenadantes de culturas de biosorotipos de Escherichia coli enteropatogênica clássica EPEC no transporte transepitelial de sódio e água em mucosa jejunal de ratos submetidos a métodos de perfusão intestinal in vivo. 1985. Procedência: São Paulo, SP – Destino: São Paulo
  21. Mauro Batista de Morais. Estudo nutricional de crianças índias do alto Xingu e avaliação do perímetro braquial no diagnóstico da desnutrição proteico-calórica. 1985. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM

Devo enfatizar que tive enorme satisfação não somente em fazer parte do Corpo de Orientadores por mais de 30 anos, como também participar como membro efetivo da Comissão de Pós-Graduação no período de 1992-95. Em abril de 1995, fui eleito pelos meus pares Presidente desta Comissão para um mandato de 3 anos. Durante este mandato foi realizada uma vistoria de avaliação do Curso por uma comissão da CAPES para atender nossa solicitação de recredenciamento, a qual foi aprovada com grau A de excelência, em outubro de 1996. A consequência desta minha experiência como Coordenador da Pós-Graduação se coroou com a publicação de 2 livros contando a história da nossa Pós-Graduação. O primeiro deles em 1997, após 17 anos da sua implantação, e o segundo em 2003, já como Chefe do Departamento de Pediatria, juntamente com o Prof. Benjamin Israel Kopelman, Coordenador da Pós-Graduação na ocasião. Ambos os livros tinham o escopo de analisar retrospectivamente a origem e o destino dos nossos pós-graduandos, os títulos das teses, o ano de apresentação, e o nome do professor orientador.

Figura 11

Figura 12

Figura 13

Figura 14

24.1.2 – A produção dos conhecimentos acumulados que resultou na publicação do Tratado de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição em Pediatria

Figura 15

Figura 16

Figura 17- Jamal e eu em Buenos-Aires, em 1972, nos primórdios do que viria a ser a futura colaboração recíproca para a formação da Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da EPM.

Figura 18- Da esquerda para a direita eu, minha mulher Fábia, Francisco Penna e Luciano Peret em Lisboa, em 1994.

À medida que nossa formação acadêmica foi se consolidando até alcançar uma massa crítica nacionalmente respeitável no meio acadêmico e dos profissionais de saúde, foi sendo maturada a ideia de escrevermos um livro sobre os mais diversos aspetos da fisiologia e das patologias da nossa especialidade. Considerando-se que havíamos construído uma forte ligação científica e de amizade com o grupo de Belo Horizonte da UFMG, liderado pelo Professor Francisco José Penna, foi criado um caminho natural para escrevermos o que viria a se constituir no primeiro Tratado da Especialidade na língua portuguesa. Uma vez tomada a decisão de levar adiante esta ambiciosa empreitada, passamos a nos reunir periodicamente para decidirmos qual seria o conteúdo programático do livro e quais seriam os autores convidados para escrever os inúmeros capítulos que um Tratado de Medicina exige. Foi um esforço hercúleo desenvolvido pelos 3 autores, Penna, Jamal Wehba e eu, pois além de nos comprometermos a escrever a maioria dos capítulos, posto que o livro teria obrigatoriamente que ter a nossa visão científica dos temas escolhidos, os capítulos escritos pelos autores convidados também teriam que receber a nossa chancela para que pudéssemos garantir a excelência de qualidade dos mesmos. Isto posto, a tarefa que se impunha era compartilhar entre nós três o compromisso de lermos e darmos nossa opinião crítica sobre todos os capítulos escritos. Tratou-se de um imenso trabalho de ampla colaboração do qual participaram 90 autores brasileiros e internacionais, sendo que a primeira edição foi publicada em 1985 pela Editora Medsi. Confesso que pela primeira vez em minha vida, quando do lançamento do livro, tive a verdadeira sensação da Maternidade, senti que era algo que brotava do meu mais profundo âmago, o trabalho intelectual estava ali materializado, era visível e palpável, foi uma emoção indescritível. O sucesso desta edição foi estrondoso, rapidamente se esgotou, o que nos obrigou a uma nova tarefa, o que resultou na publicação da segunda edição do nosso Tratado, em 1991, agora revisada e ampliada. Esta foi a segunda sensação da Maternidade, embora sendo a segunda em nada menor foi a emoção em relação à primeira.
O desejo de conhecer profundamente a realidade de vida de uma enorme parcela da nossa população que vive nas favelas em condições totalmente insalubres, nos levou a realização de inúmeros trabalhos de pesquisa para tentar entender os efeitos prejudiciais deste meio ambiente sobre o estado de saúde e nutricional das crianças deste habitat nocivo. A ideia original resultou na descrição de uma nova entidade clínica, que passou a ser internacionalmente reconhecida nos meios científicos, denominada por nós de Enteropatia Ambiental. A compilação destes trabalhos possibilitou a elaboração de um livro de minha autoria, no qual está descrita com riqueza de detalhes a história natural desta vergonhosa chaga social. O livro foi publicado pela editora RevinteR em 1996.

Figura 19

Figura 20

Figura 21- Foto aérea da favela Cidade Leonor aonde com meus alunos de Pós-Graduação desenvolvemos o extraordinário trabalho de campo que nos permitiu descrever a história natural da Enteropatia Ambiental.

24.1.3 – Bolsas de financiamento à Pesquisa outorgadas pelas instituições públicas de fomento à Pesquisa

Quando da realização do meu Pós-Doutorado nos Estados Unidos fiz uma aplicação junto a FAPESP para solicitar uma Bolsa Pós-Doc a qual foi aprovada pelo prazo de 2 anos condicionada à realização de um projeto de pesquisa. No meu retorno à EPM fiz nova aplicação à FAPESP com o intuito de poder implantar no nosso laboratório de pesquisa a metodologia de perfusão intestinal in vivo. Novamente o projeto foi aprovado o que permitiu que realizássemos inúmeros projetos de pesquisa utilizando esta metodologia inovadora em nosso meio. A partir destes projetos de pesquisa inúmeras outras aplicações para financiamento de outras pesquisas foram realizadas e aprovadas pelo CNPQ, juntamente com a bolsa de Produtividade em Pesquisa.

Além destes projetos específicos também realizei aplicação para receber financiamento na modalidade de projetos temáticos junto à FINEP (Financiadora de Estudos e Pesquisas), com o tema “Diarreia-Desnutrição” para financiar os trabalhos de pesquisa na favela Cidade Leonor. Foram 2 projetos sequenciais ambos aprovados.

24.1.4 – O reconhecimento do Governo Federal pelos bons serviços prestados ao País na Pesquisa e como Dirigente Universitário

24.1.4.1 – Ordem do Mérito Científico

Figura 22

Figura 23

Figura 24- Após ser agraciado com a comenda a demonstração da mesma.

Figura 25- Presidente Fernando Henrique Cardoso, minha filha Walkyria e eu, após o ato de condecoração da Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico.

24.1.4.2 – Ordem do Mérito Aeronáutico – Grau de Grande Oficial

Figura 26

Figura 27

Figura 28

Figura 29

Figura 30

Figura 31- Cerimônia de entrega das comendas da ordem do Mérito da aeronáutica aonde recebi a Comenda de Grande Oficial pelos relevantes serviços prestados ao País.

Figura 32- Minha mulher Luciana e eu após ter sido agraciado em Cumbica.

Figura 33

Figura 34

Quando recebi a condecoração das mãos do Brigadeiro do Ar XXX ele me disse que a nação tinha muita satisfação em me agraciar com aquela comenda em reconhecimento aos bons préstimos que eu havia oferecido ao Brasil, ao que então lhe respondi “Eu tenho enorme orgulho em servir ao meu País”.